Constelações familiares

É uma técnica terapêutica criada pelo alemão Bert Hellinger (1925-2019), com base na existência das leis sistêmicas universais que regem todos os sistemas da vida, inclusive os sistemas familiares e organizacionais.

Temos 3 leis que regem os sistemas: 

  1. Ordem/Hierarquia – quem nasceu primeiro, vem primeiro.
  2. Pertencimento – quem nasceu ou foi fecundado no sistema, tem o direito de pertencer a este sistema.
  3. Troca Harmônica – equilíbrio entre o DAR e o RECEBER. Temos as trocas entre os diferentes, onde os pais doam e os filhos recebem, e as trocas entre os iguais, por exemplo, os casais, irmãos, amigos.

Dentro da abordagem da Consciência Sistêmica desenvolvida pelo Dr. Fernando Freitas, temos uma quarta lei, que também regem os sistemas:
4. Tempo e Espaço – Existe uma organização entre o passado, o presente e o futuro, bem como, os papéis-funções de cada pessoa dentro do sistema, que devem ser compreendidos e organizados.

Quando estas Leis Universais não são respeitadas, o sistema entra em desordem e gera diversos desequilíbrios como: conflitos, separações, comportamentos disfuncionais, padrões repetitivos adoecidos e/ou tóxicos, sentimentos de culpa, tristeza, raiva, desamor, rejeição, aversão, julgamentos, diversos tipos de vícios e outros comportamentos disfuncionais. 

Para ilustrar com uma maior profundidade o que isso significa podemos citar alguns exemplos:

1ª – Desequilíbrio na Lei da Ordem/Hierarquia

Quem nasceu primeiro, vem primeiro. Pode ocorrer uma inversão de papéis, onde os filhos, por julgamento ao comportamento do pai e/ou da mãe e de outros componentes da família, assumem uma posição hierárquica acima, ficando maior hierarquicamente do que os pais. Isso gera inúmeros problemas, e repercute em todas as áreas da vida da pessoa, inclusive na área profissional, gerando conflitos e dificuldades até com os seus superiores hierárquicos.

2ª – Desequilíbrio na Lei da Pertencimento 

Quem nasceu ou foi fecundado no sistema, tem o direito a pertencer a este sistema. Se alguém for excluído do sistema, outras pessoas, por amor ao excluído, de diferentes maneiras, poderão também se excluir. Para ilustrar, no caso de uma separação conjugal com filhos, a mãe critica o pai, e o filho pode aparentemente ficar ao lado da mãe, mas ao mesmo tempo se sentir rejeitado por ela, pois ela não respeita o pai que está nele em 50%. O filho começa a ter uma sensação de rejeição e exclusão na vida. Ele se exclui da mesma forma que o pai foi excluído.

3ª – Desequilíbrio na Lei da Troca Harmônica 

O equilíbrio entre o DAR e o RECEBER é essencial para relações saudáveis e produtivas. Temos as trocas entre os diferentes, onde os pais doam e os filhos recebem, e as trocas entre os iguais, por exemplo, os casais. Os pais podem dar muito mais do que deveriam, de forma desequilibrada, gerando filhos adultos dependentes e não funcionais, com posturas infantilizadas, não conseguindo adultecer. Estes filhos dão pouco, e recebem muito, e podem sentir raiva inconsciente do comportamento de seus pais, por se sentirem em dívida com eles, o que poderá gerar dor, culpa, sentimentos de rejeição e abandono, incapacidade, sofrimento, além de diversos conflitos relacionais e distanciamentos entre pessoas da família.

4ª – Desequilíbrio na Lei do Tempo e Espaço 

Existe uma organização entre o passado, o presente e o futuro, bem como, os papéis-funções de cada pessoa dentro do sistema, que deveriam ser compreendidos e organizados por todos os integrantes de cada família. Por exemplo: Um pai ou uma mãe, que não esteja bem resolvido com os seus próprios pais, pode adotar posturas de dependência emocional e de infantilização perante seus filhos. Estes filhos, assumem os papéis de responsáveis pelos seus pais, gerando uma inversão nas funções de cada elemento, emaranhamentos e bloqueios em suas vidas, crises conjugais e outros conflitos nas famílias atuais. Há casos, em que o filho(a), não se permite a ter relacionamentos afetivos, dedicando a vida a cuidar dos pais, ou até quando efetiva um casamento, poderá ter comportamentos de traição conjugal recorrentes, mentiras compulsivas, padrões de violência e agressão física, psicológica e/ou verbal e diversas outras dinâmicas que geram aprisionamentos e sofrimentos para todos os envolvidos.

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